domingo, 12 de abril de 2015

Controvérsia Sobre a História do Brasil: Acaso ou Intencionalidade - Atividade para aula de História 3ºtrim.1ºano Ensino Médio


Segundo Cícero, a História é a "mestra da vida", pois "ela é a senhora dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mensageira da antiguidade". Porém, a historiografia a respeito da História de nosso país,o Brasil,não podemos afirmar uma verdade absoluta,visto que mesmo com uma riqueza de dados e de documentos acerca da descoberta existe sim,uma incógnita, ainda hoje, mesmo com tanta tecnologia,que nem cientistas e nem historiadores conseguem nos convencer.Afinal a “descoberta do Brasil” foi casualidade ou intencionalidade?! Por hora, nosso trabalho tem o intuito de levantar esse questionamento a partir das fontes pesquisadas.Não pretendemos, em nenhum momento, tomar uma opinião sobre o assunto, seria muita pretensão, mas vamos levantar questões pertinentes ao tema.
A quantidade e conteúdo dos documentos que atualmente estão à disposição dos historiadores que tratam do descobrimento não dispõem de informações suficientes, que evidenciem de forma inquestionável uma verdade relacionada com o dito episódio. Entretanto, os documentos existentes proporcionaram, ao longo dos anos, o surgimento dessas duas versões, e o nosso objetivo é reabri-los e instigar possíveis conclusões.
Com dez naus e três caravelas, a esquadra liderada por Cabral era a maior e a mais extraordinária que Portugal jamais enviara para navegar o Atlântico. Partiu de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Cabral dirigia 1500 homens entre marujos, soldados, grumetes, degredados, pilotos, escrivãos e capitães de sangue nobre. Levava na expedição: canhões, pólvora e espadas afiadas. Ainda hoje, algumas imprecisões existem a respeito do descobrimento do Brasil, envolta em mistérios insondáveis . De grande complicação, é a questão da intencionalidade ou não do descobrimento, não há, entretanto, apontamento para confirmação ou negação. Atualmente, a quase totalidade dos historiadores elege a intencionalidade da descoberta. O acontecimento indiscutível é que foram os portugueses que "descobriram" o Brasil, tomando posse da terra. Devemos aos portugueses boa parte da nossa formação.
            Os primeiros a se posicionarem em relação ao descobrimento casual do Brasil foram os cronistas portugueses do século XVI. Para esses estudiosos , o descobrimento do Brasil não passou de uma obra do acaso, fruto de um desvio de rota impulsionado por fatores externos. Dentre os defensores dessa tese encontravam-se os eminentes historiadores: Fernão Lopes de Castanheda João de Barros , Damião de Góes Gaspar Correia ,Jerônimo Osório e Pero de Magalhães Gândavo.Para esses não há possibilidade da descoberta fazer parte de um projeto intencional da Coroa portuguesa.Porém o que vale ressaltar é que todos estes tinham ligação com a Coroa Portuguesa,como tantas outras fontes,essa sem dúvida,é muito pertinente.
            No Brasil, durante o Império ,um sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o historiador Joaquim Norberto de Souza e Silva (1820-1891), publicou na revista do mesmo instituto um texto baseado na mensagem de Caminha, inaugurando a tese da intencionalidade. A carta de Pero Vaz de Caminha, sem dúvida, trata-se do mais conhecido e importante documento relacionado ao descobrimento do Brasil. Nas palavras do historiador brasileiro Capistrano de Abreu (1853-1927), a carta "é o diploma natalício lavrado à beira do berço de uma nacionalidade futura". A epístola, que ficou esquecida durante séculos, teve sua primeira divulgação pública em 1817, quando foi impressa no Rio de Janeiro e publicada na Corografia Brasílica do Pe. Manuel Aires do Casal.
Base de todas as pesquisas relacionadas com o descobrimento, a carta de Pero Vaz de Caminha (1450-1500), que foi enviada a D. Manuel I, estava escrito que se a terra não era a Índia e nem a África, era uma terra nova, uma ilha como outras já descobertas no Atlântico, pelos portugueses, foi lhe dado o nome de Ilha de Vera Cruz, esta, sofreu inúmeras interpretações, todas feitas de acordo com a tese defendida por quem a pesquisava. Como nosso objetivo é mostrar todos os lados do tema em questão, escolhemos aquelas que nos pareceram mais plausíveis. Uma análise mais demorada da mensagem realmente proporcionará o levantamento de algumas interrogações “Posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escreveram a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza".
Este trecho inicial da carta abre espaço para alguns questionamentos: o termo "achamento" teve seu significado relacionado por estudiosos à ação praticada por quem antes procurou. O termo foi inclusive usado para designar o mais intencional e procurado descobrimento português: o das Índias. Por outro lado, para o pesquisador Manuel de Souza Pinto, ao substantivo verbal "achamento" corresponde hoje o adjetivo substantivo "achado", tendo este um significado de casualidade.
A carta, em nenhum momento, refere-se ao arrasto da frota pelas correntes equatoriais do norte e do sul. Baseado em informações cartográficas tanto de Caminha quanto do espanhol Mestre João e nos cálculos de latitude do estudioso português Duarte Leite (1864-1950), o historiador Jaime Cortesão (1884-1960) defende a ideia de que Pedro Álvares Cabral (1467-1526) e seus pilotos tinham não só a consciência unânime do afastamento da frota para oeste, mas, longe de subestimá-lo, por ignorância do impulso dos agentes naturais, o exageravam. Por outro lado, a navegação foi de longo, isto é, sem voltas, como sucedia nas proximidades do Golfo da Guiné. Cortesão conclui que o afastamento foi intencional.
Em suas instruções a Cabral, o navegador português Vasco da Gama (1469-1524) traça o melhor caminho para a expedição chegar às Índias. Segundo suas próprias palavras, "Quando apanhasse os alísios SE pela proa, devia velejar tão junto quanto possível ao vento e a corrente, até ficar o cabo da Boa Esperança completamente a este. Desse modo, a navegação seria mais rápida, os mantimentos se conservariam melhor e a gente iria mais sã". Por que teria Cabral desviado desta rota tão segura? Estaria cumprindo ordens secretas do rei - que até mesmo Vasco da Gama, descobridor das Índias, não poderia saber? Ou foi realmente empurrado para a costa brasileira pelas correntes ocidentais?

Sempre que estudamos a expansão marítima portuguesa e principalmente o período dos grandes descobrimentos lusitanos, nos deparamos com argumentos cujos parâmetros são baseados em uma possível política de sigilo, criada estrategicamente pela Coroa portuguesa, a fim de preservar seus interesses, sejam políticos ou econômicos, a partir dos resultados de suas expedições.

Bibliografia
FAUSTO, Boris – História Concisa do Brasil – São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 2006, 2ª Ed.
WWW.conhecimentosgerais.com.br
(texto produzido em sala de aula no curso de História da Unisinos, por Marli e Greice)
(para atividade do Hot Potatoes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário